terça-feira, 26 de abril de 2011

O Homem do Castelo Alto - Philip K. Dick

Philip K. Dick é um autor que surpreende, seus livros são completamente diferentes uns dos outros. Porém, existe algo que os une, que é a forma como ele trata a realidade. Uma dica para entender essa relação do autor com a realidade é perceber que em uma lista de livros distópicos (pois é... a distopia mais uma vez), boa parte dos romances de Philip K. Dick estará lá. O que eu entendo disso é que ele gostava de imaginar caminhos e possibilidades diferentes para a nossa vã existência.
Em O Homem do Castelo Alto, o autor continua brincando, criando realidades paralelas que se fundem e se confundem magistralmente de forma quase imperceptível pro leitor. A linha principal do livro mostra o mundo algum tempo depois de os alemães terem ganhado a Segunda Guerra Mundial. A costa leste do EUA é controlada pela Alemanha nazista e a oeste pelo Japão, enquanto a região central é uma área neutra. Nesse cenário, surge um livro que mostra como seria o mundo se os aliados tivessem vencido a guerra, o qual, obviamente, é proibido pelos nazistas. Como é praxe do cara comum, não soltarei spoilers, a ideia é estimular a leitura do livro... leia pra saber como o autor trabalha a fusão a realidade com a irrealidade, como ele ironiza a imaterialidade da História, sobre a qual só podemos especular e acreditar nos documentos que ficaram, e, principalmente, como ele desenvolve os personagens de forma espetacular. Falando neles, tenho que mencionar que são muito bem construídos, com histórias pessoais que vão se entrelaçando durante o desenvolvimento do romance, o que é receita garantida para entreter e envolver o leitor, que fica sem conseguir largar o livro a cada capítulo.
Enfim, O Homem do Castelo Alto é uma obra prima de Philip K. Dick, é um livro surpreendente que quando o leitor termina fica com cara de otário, literalmente, pensando no que aconteceu, refletindo, tentando entender até cair a ficha e sacar todas as dicas que o autor deixou.

2 comentários:

  1. Ótimo blog...
    Mas praXe e não praCHe!

    abs

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  2. Sim, sim... do latim, praxis. ;) Deve ter sido um erro de digitação que passou despercebido... Ok, tô brincando, falha nossa. Costumo fazer uma revisão minuciosa, mas essa passou. Não sei porque eu achava que as duas formas estavam corretas, inclusive, já haviam me avisado disso. Porém, dei uma pesquisada e vi que, realmente, é com X. Obrigado!

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